segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Nildo Ouriques, discípulo de Ruy Mauro Marini, detona os cipayos esclarecidos de São Paulo


Nildo Ouriques, discípulo de Ruy Mauro Marini, detona os cipayos esclarecidos de São Paulo

Os cientistas sociais temos a obrigação de submeter à apreciação crítica o corajoso livro de Nildo Ouriques que faz a anatomia do poder cultural de São Paulo. Beleza de livro, herético, concebido com liberdade e zelo pelo estilo, o que é raríssimo entre economistas e sociólogos que padecem de impotência quanto à expressão linguística. Nele não há a psicologia vaselina do “bendigo a tutti” e o horror do confronto intelectual. A propósito, pela primeira vez na prosa nildouriquiana surge Oswald de Andrade investindo contra o colonialismo interno paulista um ano depois de deflagrada a Semana de Arte Moderna de 22.

Feuerbachiano, possivelmente sem ter lido Feuerbach, livre dos cânones católicos e protestantes, Oswald de Andrade entendeu que o padre latino foi o primeiro ideólogo que trouxe a escolástica, fonte de todos os males futuros nas letras e Forças Armadas. O único escritor da Semana de Arte Moderna que se tornou marxista e comunista. Paradoxalmente foi ignorado pelos marxistas e comunistas colonizados. Deixaram-no roendo beira de pinico.

Com enorme prestígio na década de 30, Luis Carlos Prestes curtia Mário de Andrade, que foi a favor do separatismo paulista, tido como autor imprescindível à construção de uma sociedade socialista. Antônio Cândido não é tematizado no livro de Nildo Ouriques. O crítico mineiro democrático socialista liberal reticente ao nacionalismo varguista deixou no ar a identificação marxismo e stalinismo. Fundador do Partido dos Trabalhadores junto com o nordestino Mário Pedrosa e o carioca Sérgio Buarque de Holanda.

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